Tuesday, March 25, 2008

Extrair a raiz quadrada ao ininteligível Trevo-do-Mar

Por entre sacrifícios impostos aos mais pobres pelos mais ricos e no labirinto dos medos de uma derrocada económica, erguem-se os fantasmas do passado: o regresso da repressão, a intimidação constante, a recusa do debate sério e a arrogância dos que tudo podem, querem e mandam, assim tem sido a governação pearcense dos últimos anos.
El-rei Trevo-do-Mar faz gala em exibir o seu despotismo e em zurzir os fracos com o chicote do Poder, de certo modo, surpreende que assim seja: as novas eleições são de aqui a um pouco mais que um ano e muito dificilmente o povo do reino pearcense repetirá os erros do passado.
Que sentido fará, então, esta política de verdadeiro suicídio eleitoral?
A resposta plausível será esta: as forças que el-rei Trevo-do-Mar verdadeiramente representa contam com importantes alianças ocultas que a seu tempo se revelarão, nomeadamente, os apoios extremos de um “certo capital” e o manto protector de uns “acólitos” e “católicos” cúmplices.
Segundo esperam, el-rei Trevo-do-Mar e os seus acólitos, quando chegar a altura própria, o tal “certo capital” e a “católica”, correrão a salvar os arrogantes leigos «trevalistas». Para já, impõe-se preparar a operação e reforçar o “movimento” que possa articular entre si os partidos políticos da direita, os mercados, os “católicos” e a «sociedade civil», tudo com a cobertura fornecida por um jornal local politicamente simpatizante e controlado.
O plano em mente não é propriamente original. Já foi ensaiado noutra altura, com o seu demagógico «Movimento Pearça é a nossa Ração».
Nos bastidores de uma certa esquerda pearcense desiludida trabalha-se aceleradamente nesse mesmo sentido. O casulo da intriga foi publicamente anunciado quando alguns dissidentes do «Pearça é a nossa Ração» ameaçaram constituir listas paralelas às próximas eleições pearcenses tendo como cabeça de lista uma importante personalidade parlamentar «não católica, mas de inspiração cristã».
Nesse sentido criar-se-á em Pearça um novo movimento: o «MPT – Movimento do Pontapé no Traseiro» (ao el-Rei Trevo-do-Mar e à Rainha do Entrudo - Banda das Cruzes Credo) será um movimento que terá um núcleo organizador de dezenas de elementos, em parte anónimos, mas que se sabe provirem de várias áreas de descontentes com o actual estado de governação pearcense.
Confessam o objectivo político e ideológico de aglutinarem os “não comunistas” e irão aparecer à população como um movimento «perito em humanidades».
E declararão aos incautos pearcenses «Nós, meus filhos, somos gente da rua, não temos nada a ver com doutores, somos homens e mulheres comuns, muitos com trabalho social na área das instituições de solidariedade social e nas associações desportivas»
O MPT – Movimento do Pontapé no Traseiro não será um movimento de inspiração cristã, não é esse o critério, embora nesses vários elementos hajam pessoas católicas, (existem católicos em vários partidos, às vezes em partidos inesperados), é convicção do MPT que no reino de Pearça não há partidos católicos. Os católicos têm liberdade de filiação política e não há nenhum partido, nem pode haver, que se assuma como partido de católicos.
O MPT será um projecto sem nenhuma referência religiosa, todos os dados que vão sendo conhecidos encaixam-se perfeitamente na hipótese de que estamos em presença não só do esboço simples de um novo Movimento mas de um plano de reforma do mapa político-partidário pearcense, uma exigência dos asfixiados, cilindrados, esmigalhados e esborrachados por el-Rei Trevo-do-Mar.
Intento megalómano, sem dúvida, mas com a marca evidente de vários tecnocratas descontentes com a actual governação pearcense. À esquerda do «Pearça foi a nossa Ração”, o MPT deverá funcionar como movimento charneira, fazendo a ponte entre os vários interesses que imperam em Pearça, disfarçando-se com uma leve maquilhagem demagógica e epistolar, o MPT procurará encurralar e cilindrar os comunistas, arqui-inimigos não só de el-rei Trevo-do-Mar como do «Movimento Pearça foi a nossa Ração”.
Toda esta invasão dos acessos ao poder terá de ser faseada, desenvolvida pouco a pouco, grão a grão, como quem faz uma sopa. Mas deverá ser exacta e funcionar a curto prazo.
Fácil é já prever que o MPT irá contar com orçamentos ilimitados e absorverá os militantes fugidos ao desabar da direita política convencional, de uma certa esquerda desempregada e revisionista, dos oportunistas políticos (vira-casacas) e de alguns «cristãos» desavindos com el-Rei Trevo-do-Mar.
É claro que, neste momento, os factos essenciais não estão ainda consumados. É importante, porém, que observemos com atenção este panorama de intriga, que equacionemos os seus perigos e que saibamos extrair a raiz quadrada àquilo que se prepara.

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Thursday, July 12, 2007

BRIGA NO BAIRRO DA PINK PANTER!

Lia-se há dias no verdeverdugo "Onde é que está a colecção de postais sobre o património natural de Alpiarça?! Ah, é verdade, apesar desse trabalho já ter sido pago com os nossos impostos, a referida colecção não pode ser publicada porque isso iria violar direitos de autor, já que a vereadora me roubou os respectivos diapositivos e eu não assino uma autorização para a divulgação pública desse material enquanto a corrupta não me devolver o que é meu…
A propósito, sabe mesmo bem olhar para aqueles esqueletos metálicos para outdoors turísticos à entrada da vila, e pensar que a vereadora torrou neles uns milhares de contos – que nos saíram dos bolsos – para nada!! A foto que eu gostaria de lá ver era a dessa mulherzinha a jogar à apanha do sabonete com um touro de cobrição!..."
O Seca Adegas esposo da aia Banda Grudes não tolerou mais ver, ouvir e ler as coisas que o Xando, aliás verdeverdugo, aliás Paulo Barreiros tem escrito sobre a sua esposa no blogue de sua autoria. Veja-se que apenas num parágrafo lhe chamou ladra, corrupta e vaca.
Ontem munido de uma realíssima bebedeira apareceu no Bairro da Antiga Praça de Touros, aliás Bairro da Pink Panter (que agora já não é porque está muito branquinho), à porta da casa do gajo do rabo de cavalo para lhe dar umas súcias de murros nas ventas, mas ou o gajo não estava ou teve medo e quem apareceu foi a sua mãe que corroborou na cara do esposo da aia Banda Grudes todas as acusações que o filho lhe faz.
Sorte a do Seca Adegas que o Xando não tenha aparecido, porque o gajo parece que é mestre em artes marciais e ainda tinha partido umas costelas ao homem o que era uma desgraça.
É que depois o povoléu ainda dizia em cima de corno, escalavradado!

O CÉU PODE ESPERAR! [6]

Os nossos conterrâneos JE (José Ervas), ZP (Zeca Pinhoada), HP (Dr. Hermético Pachorra), DG (Doutor Geadas) encontram-se no Céu para mais uns dedos de conversa, jogar uma cartada e beber uns copos.

JE: Ora muito bom dia, que prazer em revê-los, há bastante tempo que não aparecem, nem para me contarem as novidades lá do Reino.

ZP: Caro Doutor lamento desampontá-lo mas as novidades não são assim muito boas para si.
DG: Zeca lá estás tu a meter o senhor Ervas em preocupações, és um regateiro do piorio, não podias ficar calado e falares só da tua boneca nua?
HP: Já sei que vai sobrar para mim, mas já que começaste agora é melhor contares o que sabes.
ZP: Finalmente foram inaugurados com pompa e circunstância os Arquivos Reais de Piarça a quem foi atribuído o nome aqui do nosso amigo Hermético Pachorra, o qual teve direito a estátua de bronze da autoria do Picasso de Piarça.
JE: Bem me tinham soado uns zunz-zuns que os Arquivos Reais teriam o nome do Dr. Hermético, mas essa da estátua de bronze, não estava mesmo nada à espera.
ZP: Pois. Mas lamentavelmente temos de reconhecer que o Dr. Ervas está a perder prestígio no Reino de Piarça.
DG: Claro que está, até tu lhe roubaste o nome de uma praça com o seu nome e arranjaste maneira de lá porem uma boneca nua para endireitar a ferramenta aos velhos dos bancos do “picha murcha”
HP: Alto aí, eu não meti prego nem estopa, para os arquivos terem o meu nome e me ser feita nova estátua, eu até já tinha um busto no Azil e estava bastante satisfeito com isso.
ZP. Tá bem ó Doutor dos olhos, mas certo é que o património agrícola que o nosso bom anfitrião José Ervas deixou ao Reino de Piarça, foi completamente descredibizado recentemente pelo El Trevo do Mar.
ZE: O quê? A minha Quinta dos Matudos onde se produziram dos melhores vinhos de Alpiarça já não presta?.
ZP: Não, segundo El Trevo do Mar, há 32 anos que a sua Quinta não gera receitas, o seu Solar está a precisar de obras avultadíssimas para poder continuar aberto ao público e a autarquia vai ter de vender parte da sua quinta para ir buscar algum dinheiro.

O velho Ervas nesta altura da conversa, não contém a emoção, chora compulsivamente e ao fim de um bocado reage desta maneira:
ZE: Quando doei toda a minha riqueza ao Reino de Piarça, os rendimentos das propriedades davam e sobejavam para manter o Museu dos Matudos e criar um Azil para velhos e crianças desprotegidas. Bem sei que os tempos são outros, que a agricultura está numa profunda crise e que o vinho vende-se mais barato que a água, mas nunca pensei que os meus conterrâneos me fossem vender a minha querida quinta dos Matudos.
ZP: Pois é Doutor Ervas, os tempos são outros. Eles vão concessionar 162 ha, por 90 anos, para lá construirem um condomínio de luxo. O negócio deve ser consertado com o Tisidoro porque ele é dono de metade ou mais do Paúl dos Matudos. Consta que vai haver um campo de golf e um lago de baixa profundidade.
DG: Sim. Lá isso é verdade. Para se fazer o lago até já desviaram a Estação de Tratamentos dos Cagalhotos lá do Paúl. Os cagalhotos a boiarem eram mais que muitos e para fazer uma coisa de luxo aquilo tinha de estar limpinho.
ZP: Ahahahahahah! Mas esquecem-se da Ribeira que vem do Vale Enlameado que trás os dejectos da vacaria? Aquelas águas também estão sempre muito porcas.
DG: Mas isso nota-se mais é de inverno, porque de verão como há os arrozais, os cagalhotos das vacas são todos filtrados pelos arrozais.
JE: Mas eu quero saber mais. Afinal por quanto é que vai ser vendida a minha Quinta? A sua venda resolve o problema do Museu e do Azil?
ZP: Infelizmente está no segredo dos Céus o valor da venda da quinta dos Matudos. Apenas se sabe que é uma venda por 90 anos.
JE: 90 anos? Ao fim desse tempo já passaram várias gerações, esses terrenos nunca mais voltam para a posse do povo do Reino de Piarça, vão arranjar uma estrangeirinha e isso fica nas mãos dos meus novos herdeiros.
HP: Caro Ervas é capaz de ter razão, eu se ainda estivesse à frente do Azil, talvez conseguisse ter alguma influência para que não vendessem a sua Quinta, porque quem vende nunca mais lhe chama seu.
ZP: E o pior é que a Assembleia do Reino, como estão em maioria já aprovaram a venda, agora só resta esperar que não apareçam interessados.
JE: Cala-te. Como não aparecem? Essa merda quando foi feita já havia interessados. El Trevo do Mar não dá ponto sem nó, a esta hora já formaram uma empresa para comprar a minha rica Quinta dos Matudos.
DG: Caro amigo e senhor Ervas, lamentamos muito mas não podemos fazer nada. Só resta esperar que dê uma salipampa ao El Trevo e que ele responda ao chamamento do Osíris para o Reino dos Mortos.
JE: Só tenho pena é de nunca apanhar esse El Trevo aqui no Céu, porque o S. Pedro não lhe dá aqui entrada, porque se ele viesse para aqui tinha de se haver comigo e eu mesmo velho como estou ainda era Homem para lhe dar dois estalos nas fussas e chamar-lhe umas carradas de nomes e se não me tivessem roubado a minha bengala, levava era duas bengaladas no lombo à boa maneira parlamentar do início do seculo XX.
JP. Pois claro, esse gajo quando morrer vai direitinho mas é para o INFERNO, os companheiros de Lucifer já lhe preparam um belo quarto de hotel infernal para ele ficar para lá a arder por muitos e longos anos.
AhAhAhAhAhAh. O CÉU PODE ESPERAR!

Saturday, June 16, 2007

Aeroporto

Palácio Real de Piarça, no seu gabinete recém remodelado com uma nova secretária, uma mesa de reuniões fabricadas, propositadamente para si, com madeiras exóticas, com cortinados novos e um lustre de cristal de Murano parecido com aquele que tinha no seu castelo no Escondidinho, sua majestade refletia naquela manhã chuvosa de Junho.
Trevo do Mar: pensa, pensa tens que surpreender porque Piarça já voltou ao marasmo e os súbditos precisam de temas de conversa e os cortesões, para não dizer bufos e lambe botas, precisam de estar ocupados em coisas que não em conspirações contra mim.
De repente levanta-se energicamente da cadeira e grita:
Trevo do Mar: Eureca, descobri.
Depois do grito, e com receio da possibilidade de alguém o ter ouvido e o considerar doido, caminha directamente para a porta do gabinete abre-a vagarosamente e espreita para o corredor para ver se alguém se aproxima.
Verificou com satisfação que nada de anormal se passara, fecha de novo a porta,
dirige-se para a sua cadeira nova senta-se, e com um sorriso de orelha a orelha, olha para o seu telegrafo de secretária pega-lhe e começa a marcar os nove números mágicos, que tinha consultado na sua agenda pessoal, que poderiam mudar para sempre o seu futuro.
Ao seu ouvido chega o som característico de chamada dos telégrafos e repentinamente alguém fala ao seu ouvido – estou sim bom dia.
Trevo do Mar responde: Bom dia meu caro amigo António Posta fala Trevo do Mar e precisava de um favorzinho teu.
António Posta: Como está majestade de Piarça, o que posso fazer por si?
Trevo do Mar:: Estou bem obrigado, eu precisava que me conseguisse uma entrevista com o ministro dos aeroportos Sheik Rário-al-Rino e se possível com o Vizir Mezé-el- Liócrates.
António Posta: Com certeza majestade os seus pedidos para mim são ordens, vou fazer umas telegrafadas e já lhe ligo.
Trevo do Mar desliga e volta a concentrar-se agora noutros assuntos, nomeadamente nuns documentos que tinha na sua frente e que tinha retirado duma pasta de cartão com o brasão do reino, com a indicação de confidencial a verde.
Estava tão concentrado na análise daqueles importantes documentos que quase saltou na cadeira quando o telegrafo de secretária tocou.
Trevo do Mar: Estou sim, ora diga de sua justiça meu amigo.
António Posta: Majestade o senhor è uma pessoa de sorte o Sheik Rário-al-Rino pode recebe-lo amanhã de manhã e o Vizir Mezé-el- Liócrates à tarde.
Trevo do Mar: Obrigado meu amigo não me esquecerei destes favores.
Trevo do Mar desliga o telegrafo e, logo após, liga para o seu motorista particular e bem assim como para o chefe da sua guarda pessoal para prepararem a sua deslocação a Ulipsseia.
Ulipsseia palácio do Sheik Rário-al-Rino, na ante camara do seu gabinete particular, Trevo do Mar observa todo luxo, retirando ideias para aplicar no seu castelo do Escondidinho, quando de repente uma voz o chama a realidade e lhe diz que pode entrar.
Trevo Do Mar: Com licença Sheik Rário-al-Rino, obrigado por me ter recebido tão rapidamente e desde já o meu pedido de desculpas por lhe tomar o seu precioso tempo.
Sheik Rário-al-Rino: Por quem sois Majestade è sempre uma honra recebe-Lo nesta sua casa.
Mas dizei-me em que posso ser-lhe útil.
Trevo do Mar: Bom o que me trás aqui pode resolver um problema que nos afecta aos dois.
Sheik Rário-al-Rino:De que se trata Majestade?
Trevo do Mar: Passo a explicar o senhor anda a braços com o problema da localização do novo aeroporto internacional, ele è a Rota, o Muchete enfim um sem numero de localizações que nunca mais acabam, pois eu acho que tenho a solução para o problema.
Sheik Rário-al-Rino E qual seria a solução?
Trevo do Mar: Pois para mim nem Rota nem Muchete mas sim Piarça. Por acaso até trouxe uns estudos feitos por técnicos independentemente dependentes da minha pessoa, que tenho o prazer de lhe deixar.
Sheik Rário-al-Rino: Obrigado pela sua cortesia e prometo-lhe que vou analisar cuidadosamente os documentos que me trouxe e desde já lhe agradeço a sua disponibilidade para a resolução deste desígnio nacional.
Trevo do Mar: Bom não o maço mais e obrigado mais uma vez.
Sheik Rário-al-Rino: Não maçou nada foi um prazer.
Palácio do Vizir Mezé-el- Liócrates se o luxo no palácio de Rário-al-Rino era de deixar qualquer um de boca aberta então ali nem em o sonhos o Trevo teria podido imaginar.
Centenas de pessoas circulavam de um lado para o outro aparentemente muito ocupados com assuntos da mais alta importância.
Enquanto aguardava Trevo do Mar ia pensando na conversa que iria ter com o Vizir, até que uma secretária se lhe dirigiu para o acompanhar ao gabinete do governante.
Faça favor de me acompanhar Majestade disse ela.
Trevo do Mar chegou-se para o lado ao mesmo tempo que dizia: as senhoras primeiro aos mesmo tempo que pensava para com os seus botões uma destas è que gostava de ter lá em Piarça, o Vizir tem cá uma sorte porque até nisto è tudo material topo de gama.
A secretária chegou ao fundo de corredor alcatifado com as paredes decoradas com quadros representativos da moderna pintura portuguesa, que o Trevo do Mar há muito tempo vinha cobiçando para o seu castelo particular, bateu à porta, retirou-se para o lado, abriu-a ao mesmo que colocava o seu melhor sorriso que quase provocava um ataque cardíaco ao Trevo, e disse: faça o favor de entrar Majestade o Vizir Mezé-el- Liócrates espera-o.
Trevo do Mar penetrou no luxoso gabinete e pensou: mão admira que não haja dinheiro para nada com um gajo destes a gastar assim em luxos, mas afivelou o melhor dos seus sorrisos e disse:
Trevo do Mar: Como está o meu caro amigo Vizir Mezé-el- Liócrates?
Mezé-el- Liócrates : Bem obrigado Trevo mas diz-me que ideia è essa do aeroporto ser em Piarça?
Trevo do Mar: Bem Mezé não te vou falar de estudos técnicos porque esses deixei-os com o Rário, mas sim de outras coisas mais importantes.
Olha para começar em Piarça ficamos perto de Ulisseia e com uma ligeira reconversão das estradas ficamos ligados a autoestrada .
Depois não temos impedimentos de ordem ambiental não existem lá jazidas aquiferas, não passa por lá nenhuma rota de migração de aves, a própria zona industrial do reino deita, nas suas proximidades, um cheiro tão bom que se organizam excursões para as pessoas desfrutarem de um aroma tão benéfico para a saúde.
Tanto assim è que vamos começar a entradas para o espaço.
Depois e por ultimo o meu pai è proprietário dos terrenos onde, por acaso e só por acaso, os técnicos independentes, que fizeram o estudo que entreguei ao Rário, dizem ser os indicados para a construção do futuro aeroporto.
Como podes ver são tudo boas razões para a construção do futuro aeroporto em Piarça defendendo sempre, claro está, os interesses do Império
Ah! quase me esquecia que uma das características do meu pai è ser bastante generoso com os amigos em particular e com o partido em geral.
Mezé-el- Liócrates: Meu caro amigo ouvi atentamente a tua explicação, especialmente os dois últimos argumentos,e podes estar certo que a candidatura de Piarça será levada em linha de conta e mais ainda se depois, sem querer influenciar em nada como è óbvio, na altura da construção as empresas admitidas ao concurso para concretização do projecto forem as que eu inadvertidamente indicarei.
Trevo do Mar: Podes contar com isso a final para que servem os amigos, não è verdade?
Mas olha e o Califa Adival Silva não vai colocar obstáculos? Ele è um picuinhas e è bom nas contas.
Mezé-el- Liócrates: Não te preocupes que com esse porque a cooperação estratégica está bem e recomenda-se e se não for assim vou para os jornais chorar-me e acusá-lo de criar obstáculos à minha boa governação.
Bom meu amigo agora vai e fica descansado porque ou muito me engano ou Piarça vai ter um aeroporto internacional e um rei ainda mais rico do que antes.
Abraçaram-se mas o Trevo não podia sair dali sem dizer o que lhe estava atravessado na garganta e por isso disse.
Trevo do Mar: Olha lá Mezé não podias dispensar-me algumas daquelas secretárias que tens por aqui que são podres de boas?
Mezé-el- Liócrates:Tá bem, o que não faço eu por ti, vou mandar-te algumas por destacamento lá para o Reino de Piarça.
E assim Trevo do Mar saiu do palácio do Vizir com a sensação de mais uma tremenda vitória para si e para o seu dilecto pai.
Ficaria na história por todos estes feitos realizados.

Friday, January 26, 2007

Casca de Banana

Palácio Real de Piarça sala do trono.
El Rei tinha chegado cedo e depois de arrumar os documentos, que trouxera do seu castelo privado no Escondidinho, sentara-se na cadeira junto à secretária de trabalho e tirara do bolso o telégrafo de bolso, que o reino lhe tinha oferecido, e enquanto reflectia ia virando e revirando o seu melhor amigo.
Mas o nervosismo era grande e ele já não conseguia mais estar sentado, levantou-se e começou a caminhar para trás e para frente com as mãos atrás das costas procurando encontrar uma solução para o problema que o atormentava.
De repente repara numa coisa que lhe chamou a atenção e que o deixou ainda mais preocupado do que já estava, e que era nada mais nem menos do que a porta do gabinete que ele deixara aberta, facto que nunca tinha acontecido até agora.
Dirige-se apressadamente para a porta e fecha-a ao mesmo tempo que murmura de si para si:
Trevo do Mar: Devo estar a ficar velho agora já me esqueço da porta aberta, que grande chatice se aparece aqui alguém e me vê neste estado de nervos até parece que não controlo a situação do reino, bem e falando a verdade já não controlo pois tenho que aturar a oposição na Assembleia do Reino e os gajos dos blogues.
Mal acabou esta conversa com os seus botões batem à porta e ele dirigiu-se apressadamente para a secretária e respondeu:
Trevo do Mar: Entre
A porta abriu-se e surgiu a Banda Cruzes Credo que disse:
Banda Cruzes Credo: Com licença majestade, bom dia.
Trevo do Mar: Bom dia só se for para ti Banda.
Banda Cruzes Credo: que se passa majestade? Qual é o motivo desse nervosismo? Precisa de uma massagem para acalmar?
Trevo do Mar: Qual massagem qual quê eu estou é danado com aqueles gajos, cambada de burros.
Banda Cruzes Credo: Mas majestade…gajos, burros????? De que está a falar???
Trevo do Mar: Isto não são conversas para termos aqui porque as paredes têm ouvidos, por isso vai para o teu gabinete e pega no teu telégrafo de mão e convoca o Porreirinha, o Carioca, o Rodinhas e a Bera de Bolonha para uma reunião para o meu castelo no Escondidinho.
Banda Cruzes Credo: Sim majestade, mal empregado não caíres da cadeira como aconteceu ao outro, pensou.
Castelo Privado de El Rei no Escondidinho, depois de revistados e de ficarem sem os telégrafos de mão os convocados foram conduzidos à sala de reuniões, onde à entrada foram sujeitos à despistagem de equipamentos electrónicos de escuta.
A porta de mogno encoberta com um tapete de Arraiolos novo, feito de encomenda para substituir o antigo, com as armas do soberano dava acesso a uma sala ampla e agora insonorizada, ao centro a mesma mesa com as mesmas cadeiras e a pender do tecto dois candeeiros de cristal de Murano que a iluminavam por completo.
Os convocados aguardavam e o rei que não se fez esperar entrando na sala antecedido por dois elementos da sua guarda pessoal.
Trevo do Mar: Boa noite a todos obrigado por terem vindo, mas por favor sentem-se. Como sabem marquei a Assembleia do Reino, para aprovar o orçamento e plano de actividades e mais não sei quantos pontos, para aquela data com um objectivo definido perceberam qual?
Não - responderam todos em coro.
Trevo do Mar: Se soubessem é que me admirava e depois com aliados destes não se consegue ir a lado nenhum. Mas vou explicar o que se passou é que eu queria criar condições para que me pudesse demitir e deixar o lugar para a Banda.
Como assim majestade? Perguntaram todos
Trevo do Mar: Oh cambada ao marcar a Assembleia para aquela data e com aqueles pontos todos, e ao não dar documentos a todos os parlamentares eu queria é que eles se zangassem todos e saíssem da sala, e aí eu aproveitava para dizer que não tinha condições para continuar e demitia-me, mas aquelas duas bestas ficaram lá e pronto lixaram-me o esquema.
O objectivo desta reunião e escolher uma nova estratégia para eu conseguir sair sem levantar suspeitas e escusam de se cansar a pensar, até porque não conseguem, porque já a tenho.
Assim na próxima Assembleia do Reino vou propor à própria da hora algumas coisas de todo em todo inaceitáveis de modo que a oposição toda saia da sala, mas se alguma besta não sair tu Rodinhas e tu Carioca tratam de a ofender, e se mesmo assim ela não sair mandam-lhe com qualquer coisa à cabeça e quando ela reagir tu Bera de Bolonha expulsa-la da sala por incumprimento do Regulamento da Assembleia do Reino de Piarça.
Quanto a vocês Banda e Porreirinha comecem a fazer promessas, e façam-nas publicar no pasquim eclesiástico Mudo de Piarça, com indicação que estarão concretizadas na altura da Assembleia, mas que não cumprirão e assim possam alimentar as criticas dos gajos dos blogues.
Depois eu faço o papel de donzela ofendida e apresento a demissão, por falta de condições, devido à falta de democraticidade da oposição e tu Bera fazes uma cena para me tentares convencer a não sair, mas eu fico inflexível e tu acabas por aceitar, chamas os gajos da oposição comunicas-lhe a minha decisão e nomeias a Banda para o meu lugar. Perceberam?
Sim responderam todos.
Trevo do Mar: Ainda bem e agora obrigado pela vossa colaboração, esta reunião acabou. Podem ir à vossa vida e vemo-nos amanhã no Palácio Real, escusado será dizer que este assunto morreu aqui.
Trevo do Mar apertou discretamente um botão colocado debaixo do tampo da mesa, apareceram os seguranças que devolveram os telégrafos aos convocados, e os acompanharam ao pátio do castelo onde tinham deixado os seus coches motorizados.
Bem seus, seus nem todos seriam já que o da D. Banda Cruzes Credo é propriedade do reino e que pensou para com os seus botões:
Banda Cruzes Credo: Mais uma seca de reunião parecia o Falazar, raios o partam, a dar ordens e nós a ouvirmos como crianças, pois muito bem vim no coche do reino e assim não gastei gasolina no meu.

Saturday, January 06, 2007

Assembleia do Reino

Catacumbas do castelo privado de El-Rei Trevo do Mar
Uma sala ampla, bem iluminada por lustre de cristal ao centro uma mesa com cadeiras.
Num dos cantos os convidados entretêem-se conversando sobre os mais variados assuntos da vida de Piarça nomeadamente das regateirices e daquilo que vem no Rotundas, que oficialmente ninguém lê, mas que teve quase 50.000 visitas em 2006 e vai pelo mesmo passo em 2007.
Repentinamente ouvem-se passos e a porta oculta por uma carpete de Arraiolos com as insígnias de El-Rei abre-se e os convidados fazem silêncio enquanto o Rei entra na sala, dirigindo-se de imediato á mesa, carregando alguns dossiers e dirigindo-se aos convidados:
Trevo do Mar: boas noites queridas e queridos camaradas, socialistas e socráticos não confundir com os comunistas, bem vindos a este meu humilde castelo.
Em primeiro lugar desejo-vos apresentar as minhas desculpas em relação ás medidas de segurança, mas como sabem todo o cuidado é pouco com a oposição.
Mas sentem-se porque vamos começar a reunião porque a rainha já se encontra nos aposentos reais para me fazer o teste do bidé, porque ela anda com a pulga atrás da orelha com aquela história da Pitágoras.
Tem razão majestade, eu no lugar dela também estaria desconfiada disse D. Banda Cruzes Credo piscando o olho de forma cúmplice, mas qual o motivo para reunião?
Sim qual o motivo, perguntou o Rodinhas.
Sim qual o motivo, repetiu Pedro Eco Carioca.
Calma amigos, eu tenho pressa mas parece que vocês têm mais pressa que eu, a razão desta reunião é preparar a reunião da Assembleia do Reino para aprovar o Orçamento e o Plano de Actividades para o ano de 2007 disse o El-Rei Trevo do Mar.
E como vou conduzir os trabalhos na Assembleia? perguntou a Bera de Bolonha.
Trevo do Mar: é para decidirmos democraticamente, da maneira que quero, essa e outras questões e por isso já tenho aqui o trabalho de casa feito que passo a explicar portanto não gostaria de ser interrompido senão no final e se for para dizerem que concordam comigo, se não for assim é melhor estarem calados porque não vou ligar nenhuma ao que disserem.
Assim vamos lá tu Bera de Bolonha ficas a saber que vou entregar os documentos mesmo em cima da Assembleia de modo que nem a oposição nem a maioria tenham tempo de os analisar e assim mato dois coelhos de uma só vez, porque assim como assim a oposição ia votar sempre contra por isso não precisam de ler, e a maioria também não precisa de ler porque está na Assembleia não para ler, mas para aprovar democraticamente o que eu quero e como quero.
Se a oposição protestar tu Bera dizes que houve uma avaria nas máquinas e portanto não foi possível entregar para todos os aios e se não aceitarem a explicação mandas os gajos calarem-se.
Tu Rodinhas vais controlar a maioria não vá dar uma maluqueira a algum daqueles tansos que lá temos e o gajo vá levantar problemas e no fim votar contra ou abster-se, entretanto vais-te abastecendo de uma boa dose daquelas bocas foleiras que tu usas quando só falas e não dizes nada e que têm o condão de tirar do sério da oposição, que eles ficam logo com vontade de fugir dali para fora para não te ouvir e se responderem aqui a Bera manda-os logo calar.
Tu Banda ficarás ao meu lado com o Gafanhoto Porreirinha, os dois calados e só usam da palavra se eu olhar para vocês, assim se eu quiser que um de vocês fale olho para ele e então sim pode falar caso contrário falam muito bem calados que é para isso que lá vão estar.
Percebido? Perguntou olhando para os dois.
Sim, como de costume, responderam ambos.
Bom, como tinha dito de início a Rainha aguarda-me nos aposentos reais, esta reunião terminou, mas antes deixem-me dizer-lhes que a Assembleia será no dia 27 de Dezembro e a ter inicio ás 18 horas e a ordem de trabalhos terá 22 pontos isto sem contar com os pontos que tenho preparados para a ultima da hora, assim sempre posso vence-los pelo cansaço e acabam a votar de qualquer maneira.
Muito obrigado pela vossa colaboração.
Levantaram-se todos, menos o Bobo Ténis Rodinhas claro, e dirigiram-se à saída da sala onde receberam os telemóveis das mãos dos dois seguranças que na companhia de dois cães doberman os acompanharam ao parque de estacionamento onde tinham os carros.
Sempre a mesma merda falas, falas e não ouves ninguém só espero que tenhas um ataque cardíaco quando tiveres no bem bom com a Rainha, assim deixavas-me o caminho livre para reinar, aliás como me prometes-te e não há meio de cumprires, será que tenho fazer um golpe de estado palaciano e envenenar-te? Pensou D. Banda Cruzes Credo enquanto entrava para o seu carro.

Monday, November 27, 2006

A Ressurreição

Inferno Real após a campanha eleitoral e no meio do lixo lutando pela sobrevivência El – Rei Trevo do Mar murmura para com os seus botões:
Trevo do Mar: Isto não pode estar a acontecer comigo eu não posso ter sido tão ingénuo para ter caído nesta armadilha tão velha e que eu já utilizei tanta vez! Só pode ser um pesadelo.
Não é pesadelo nenhum meu cargo amigo, isto é real e bem real o que se passa é que você está ainda na fase de rejeição disse-lhe um ser que ele desconhecia de todo mas mal vestido como ele.
Meu caro amigo??????? Eu não sou seu caro amigo porque não o conheço de lado nenhum e digo-lhe mais, existe aqui um grande equívoco ainda não está na hora da minha morte porque ainda tenho de atazanar a vida a muito boa gente no mundo dos vivos.
Pode ser que assim seja mas o facto é que está cá deste lado e não vejo como vai voltar para o outro lado, e já agora despeço-me desejando-lhe boa sorte disse o desconhecido.
Entretanto num monte de lixo um pouco afastado El Rei escuta uma conversa a princípio banal mas que de repente se torna interessante.
Estou aqui devido a uma injustiça, fui enganado dizia um, também eu respondeu outro, mas no meio disto tudo talvez tenhamos sorte se o apelo que fizemos a Lúcifer for deferido ainda poderemos voltar ao outro lado, até porque ele precisa lá de agentes e com posições chave como as nossas.
Ao ouvir esta parte Trevo do Mar aproximou-se disse:
Trevo do Mar: desculpem amigos mas não pude deixar de ouvir a vossa conversa e interessou-me aquela parte do apelo a Lúcifer e a possibilidade de voltar para o outro lado isso é verdade e como se faz?
É verdade e como se faz é só encontrares Lúcifer e pedires-lhe e ele diz-te logo se sim, se não, ou se vai pensar, a nós disse-nos que ia pensar mas tu deves ser um tipo de sorte porque Lúcifer vem mesmo aí e podes falar já com ele.
Lúcifer aproxima-se e Trevo do Mar vai ao seu encontro.
Vinha mesmo á tua procura Trevo do Mar disse Lúcifer.
E eu á tua, mas diz do que se trata Lúcifer porque se estiver ao meu alcance já sabes estou ao teu dispor disse o Trevo do Mar.
Sabes Trevo preciso de gente de confiança do outro lado e tu com o teu currículo és um dos indicados para me representares disse Lúcifer.
Obrigado pela parte que me toca Lúcifer mas responde-me lá a uma coisa: pelo meu currículo? O que é que ele tem de especial? Perguntou o Trevo.
O que tem de especial? Oh meu amigo não sejas modesto! Basta recordar a ultima Piagra na qual tu já com uma divida do caraças ainda contrataste o Tony Camioneta e a Bela Flor para escrever o nome nuns papéis, cada um deles a levar um cache suficiente para pagar o ordenado mensal de vários funcionários.
Essa nem lembrava ao Nero mesmo quando mandou incendiar Roma, bem mas nesse pormenor vocês são iguais porque se Nero mandou incendiar Roma literalmente, tu vais incendiando financeiramente Piarça de modo que quando saíres de lá aquilo fica sem conserto.
Por isso te vou mandar de volta para o outro lado, porque eu quero ver Piarça a arder disse Lúcifer.
Entretanto na morgue do hospital e quando o médico legista se preparava para espetar o bisturi para iniciar a autópsia pareceu-lhe ouvir gemer, parou o movimento e disse:
Porra agora já mos trazem vivos para aqui!
Pegou no telégrafo de mão e ligou para os cuidados intensivos para virem buscar o morto que afinal não estava morto.
No Inferno Lúcifer esfregava as mãos de contente e dizia:
Por agora já me livrei dele, manhoso como é ainda me ficava com o lugar mais tarde, e quando tiver mesmo de ser, talvez tenha chegado a acordo com S. Pedro e ele vá para o Paraíso.
Entretanto é como se diz em Piarça: enquanto o pau vai e vem folgam as costas.

Saturday, October 07, 2006

O CÉU PODE ESPERAR [3]

JE (José Ervas) e ZP (Zeca Pinhoada) voltam a encontrar-se no Céu para mais uns dedos de conversa.

JE: Zeca já encontras-te o 4.º elemento para jogarmos uma suecada ou uma canastrada, o Céu está enfadonho como tudo pá.
ZP: Canastrada? Zeca começa a ter ânsias para vomitar, faz o sinal da cruz e diz quase sem fôlego e lívido – Vade Retro, Satanás - S. Pedro ou Deus que nos livre doutor, os ternos pretos são trevos, têm valor nulo no monte e isso faz-me lembrar logo o El-rei Trevo-do-Mar que se tem revelado uma nulidade
JE: Pois é, está fora de questão. E então esse quarto elemento surpresa, aparece ou não aparece?
ZP: Doutor, eu posso ser um bonacheirão que gosta da noite e dormir até tarde, mas cumpro as minhas promessas, o HP (Dr. Hermético Pachorra), aí vem na companhia do novo elemento.
JE: Deixa-me meter as cangalhas nos olhos, que eu sou um pitosga do caraças. Mas… mas…
ZP: Sim é o (DG) Doutor Geadas, o homem está um mimo, o Céu só lhe tem feito é bem, a sua morte de tão estúpida, apanhou-o ainda cheio de genica.
JE: Meu bom amigo Rual das Geadas, como estás tu pá? Dá cá um abraço a este teu velho amigo, estás um jovem pá, desempenado, aí todo nos trinques.
DG: Por quem me toma Dr. Ervas, eu apenas tenho feito umas boas caminhadas e uma alimentação equilibrada, nada de almoçaradas, só umas coisas leves, sem sal e nada de doces, o diabetes tava a levar-me abaixo e a roubar-me a vista.
HP: Fazes bem Rual Geadas, eu sempre fui muito rigoroso na comida, quando eu mandava no Lar de Idosos lá de Piarça, a minha grande preocupação era a alimentação dos velhos e principalmente, o acompanhamento, 2,5 dl de belo tinto lá da quinta do Ervas, a cada refeição, como vasodilatador é do melhor que há, não havia lá velhos a morrer do coração.
JE: Olha-me estes dois agora, aqui a darem-me aulas de medicina, eu sou das Finanças pá e apareci aí na Televisão anteontem, ali na varanda do Reino de Ulissipeia a proclamar a República, como eu gostei de reviver aqueles momentos, ver os meus companheiros de luta. Revivi os tempos de ministro das Finanças, o lançamento do Escudo como moeda oficial da República, belos tempos aqueles pá.
DG: Valeu-lhe de muito essas façanhas Doutor Ervas, agora até o Zeca já lhe roubou o nome da sua Praça e tem lá uma boneca de 3 metros de altura, toda descascadinha e em pêlo.
JE: Rual, nem a brincar me lembres essas tristezas de merda, que aqui o Zeca já teve de as ouvir, quiseram copiar pelos comunas de Vila Franca de Xira, que puseram o Alves Redol com a piroca pendurada, para dar alguma alma às moçoilas solteiras.
DG: Ah,ah,ah. Essa agora foi boa, e então lá na praça central do Centro Público, agora Praça Zeca Pinhoada, não há lá uns bancos de pedra para os pichas murchas contemplarem a bela bronzeada de mamilos espetados que nem dedos e entesarem a minhoca? As velhas em casa têm de dar o litro.
JE: Bem deixemo-nos de parvoeiras que eu já estou velho para pensar em velhas vestidas quanto mais em novas nuas e contem-me novidades.
DG: Doutor sabia que o meu estádio, o Estádio Dr. Rual das Geadas, já levou um segundo relvado, num espaço de poucos anos e que foi aprovado mais um empréstimo para o pessoal pagar o novo relvado a médio prazo?
JE: Olhem lá, mas aquela porcaria não tinha uma garantia de 10 anos? Então mas o Reino não tinha um encarregado dos parques desportivos para acompanhar o tratamento do estádio? Brinca-se assim com o dinheiro do povo?
ZE: Esse encarregado agora já saiu de encarregado dos equipamentos desportivos e puseram-no a tomar conta dos caixotes do lixo, o gajo só faz é merda. Gosta mais de andar com os óculos penduradas na testa a fazer de “chouffer” de uma pequenina dos refeitórios.
HP: Um encarregado a fazer de “chouffer”, deixam estragar um relvado de 60 e tal mil aérios e ainda promovem o gajo a chefe dos caixotes do lixo? Só em Piarça mesmo.
DG: Claro Pachorra, atão não sabes que o gajo esteve na primeira linha da vitória do El-Trevo sobre o Rual Figueiroa. Esse encarregado é um ideota pá!
JE: É um idiota e entra para a corte como servente no tempo dos vermelhos e hoje é um dos aios mais bem pagos da corte?
DG: Não é IDIOTA, mas IDEOTA, um gajo cheio de ideias. Ele até tem um frase muito característica, diz ele que tem levado muitos pontapés no cú, mas que isso é bom sinal, é sinal que segue na frente.
ZP: Essa prostituta política, que se vende a quem dá mais, chateou-se com os vermelhos, quando exigiu que os camaradas metessem a mulher em telegrafista da corte. Andou de "fato e caldeira" com o Rual Figueiroa e a Licita Balão, de quem se fazia grande amigo e com imensas afinidades, mas logo que o Trevo do Mar foi para a corte, colou-se que nem lapa ao Rei e invejava de morte o Babel Pedra. Esse Àmnel Nabo queria era ser adjunto do rei. ahahahahah!
JE: Pronto tá bem IDEOTA ou IDIOTA, cheira-me tudo ao mesmo, o povo paga, se lixe a taça. Então e não há mais novidades, se não houver, vamos abrir um moscatel e começar a suecada, porque a jogar ninguém pia.
HP: Malta, os Arquivos Reais que vão ter o meu nome, eram para ser inaugurados em Junho, depois a Aia da Incultura prometeu para a abertura do ano escolar, chegou a ser alvitrado o 5 de Outubro, mas tá tudo muito atrasado e a Xô Tora Banda disse que talvez lá para Janeiro, porque não há dinheiro, para pagar a um(a) Arquivador(a) Real e disse que foram comprados muitos livros para as escolas do reino e que além disso os alunos têm um programa desinformático o PiarcaBase, em que se pode consultar os livros na Intormete.
JE: Não gozem comigo que sou o mais velho de vocês todos, caraças. Não digo já aqui meia-dúzia de palavrões por respeito ao Hermético Pachorra. Mas fecharam os velhos arquivos em Março, para abrir os novos em Junho e agora é só para Janeiro do ano que vem? E o que estão tantos técnicos de BAD a fazer? Consultar livros no PiarçaBase? Vocês são uns tansos que acreditam em tudo, com vagar eu vou-vos explicar o que é o PiarcaBase. Isso da falta de dinheiro para contratar pessoal é tudo treta, eles querem é pôr lá a Xô Tora Margueritte Durona Geadas, sobrinha-neta por afinidade dos manos Rual, Álbaro e Esquim Geadas.
DG: Bem se é para arranjar emprego para a minha Guidinha, então está certo atrasarem o contrato uns meses, também quem se lembra de andar nos arquivos, só os ratos mesmo né?.
ZP: Mas o Doutor Ervas não sabe a melhor. Na noite de 26 de Setembro, El Rei Trevo-do-Mar leu um documento de 7 páginas, com extractos de um acórdão do Mistério Público, em que o declara completamente inocente de todas as acusações de possíveis lucros com negociatas com o pai e com o sócio com o mesmo apelido do Dr. Glaciar, acusou os vermelhos de tudo de ruim que lhe aconteceu. Tadinho do Pai Esturricado até chorou de tanta comoção. Eu vou propôr ao Ratzinger que El-Rei Trevo-do-Mar, a Banda CruzesCredo e o Salazar Canito, sejam canonizados, tadinhos têm andado a ser prejudicadíssimos naquilo que têm recebido na corte. El-Rei até disse em plena Assembleia Real que tem de pagar para ir trabalhar, o homem está reformado desde os 54 anos e obrigam o homem a levantar-se cedo e a ir trabalhar, acham isso bem? Os aios Banda e Canito ainda receberam menos do que o que lhes pertencia receber, são uns mártires, tadinhos, até me dá vontade de chorar (puxa do lenço amarrotado e badalhoco e assoa-se com força e escarra para o chão). E agora têm aparecido umas cartas em envelopes com o novo borrão que substituiu o brasão do Reino, com a direcção escrita pelo punho do Rei Trevo. Mas a carta não está assinada, deve ter sido fotocopiada e distribuída às tantas da noite de forma anónima. Como não está assinada pode ter sido qualquer pessoa a escrevê-la, basta ter gravado o discurso do El-Rei, feito uns milhares de fotocópias e distribuir por certas caixas de correio. Tudo pensado ao pormenor. Depois os anónimos é que são cobardes, nojentos, pegajosos e invertebrados, e não é que são mesmo?
JE: Pá, vão mas é dar uma curva com essas piadas que me têm estado a contar, eu a pensar que estavam a conversar a sério e vêm para aqui com anedotas, tiradas a papel químico do LEVANTA-TE E RI, às tantas ainda me vêm dizer que as receitas da festa PIAGRA deram para pagar ao Tony Caminheta e à Flor-e-Bela.
Ganhem juízo velhos senis, já andam mas é cheios de esclerose dupla e tripla. Venham daí, vamos abrir uma garrafeca do licoroso do Hermético Pachorra e beber uns bons calércios e começar a jogatana e deixem-se de anedotas sem pés nem cabeça.
Olhem se eu apanhar alguma piela e adormecer, descalcem-me as botas e deitem-me descalço, odeio dormir de botas calçadas.
Com o peso das botas, começo a sonhar que estou a afundar-me nas porcarias lamacentas e malcheirosas do Reino de Piarça e que morro atolado na merda que por lá andam a fazer e acordo todo lavado em suores frios.
ZP- Olhem para acabar era só para dizer que já está praticamente concluída a ligação directa da ETAR Almeirim/Alpiarça à vala Real, acho que os ambientalistas do Mistério do Ambiente não querem os cagalhões dos Almeirantes a boiarem no Paul dos Matudos, pá e se o o tubo é bem largo, aquilo agora no inverno é só abrir as guelras à ETAR e lá vai merda pela vala abaixo, ainda não percebi é para que é que os almeirantes têm tanto trabalho com a merda.
DG - Tanto trabalho com a merda? Zeca explica-te lá melhor, que quando eu vim para aqui ainda não se falava em ETAR's e nem sei bem o que isso é.
ZP - Ok, ok o Zeca explica. Então é assim, toda a merda que os almeirantes fazem é bombada por uma conduta com vários quilómetros ali para os tanques da merda ao ar livre, na quinta da couxa, como aquilo não funciona a merda era toda despejada no Paul que acabava por servir de filtro a grande parte dos dejectos, mas há um projecto chamado RápidoeDurável que para poderem recuperar o Paul não querem lá cagalhotos a boiar, então a solução é conduta directa para a vala ali pela borda estrada abaixo até à vala.
DG - Porra! Irra! Já tinhas dito essa porcaria.
ZP - Calma, doutor calma. Ora pense lá comigo, o tempo que os almeirantes gastam uma fortuna em electricidade com potentes bombas para mandarem os cagalhotos até Alpiarça, não seria mais fácil e barato mandaram-nos logo directamente para a vala lá em Almeirim? Que necessidade há da merda dar tanta volta se acaba por passar ao pé do nariz deles à mesma?
HP - Pá tu não és técnico não percebes nada disso, então agora no nosso Parque das Indústrias não andam a fazer lá uma conduta enorme também para as águas das chuvas? Ainda não percebi como é sendo os terrenos todos em areia cega aparece no Parque Industrial tanta água das chuvas.
ZP - Vocês andam é todos tapadinhos e acreditam em tudo o que o Trevo do Mar e o Eng.º Betoneirinha vos inpingem. Pá, não se está mesmo a ver que a fábrica dos congelados de legumes e a fábrica do leite deitam os esgotos nas condutas pluviais e que aquilo não dá vazão que até sai um liquido amarelo que não se pode dar narizes pelas sarjetas e já alagou a parte mais baixa do Parque Industrial? Agora com uma conduta de grande envergadura aquilo é só despejar e tá feito.
DG - Despejar e tá feito? Então e não se tratam os efluentes? E a peixarada morta?
HP - Malta vocês desculpem-me mas eu aqui tenho de acudir pelo meu amigo Trevo-do-Mar, eu estou convencido que aquilo é mesmo só para as águas das chuvas, mas quando chove muito dá um jeitão ter ali uma conduta bem larga para despejar uns milhões de litros de esgotos rápidamente. Depois com tempo o Parque Industrial vai ter a sua ETAR própria.
DG - Olhem o Doutor José Ervas adormeceu com estas conversas de merda, que estão a fazer da nossa vala uma conduta de esgotos a céu aberto. Temos de lhe descalçar as botas de montar, o homem começa a ter pesadelos e ainda acorda aí aos gritos que se está a afogar nos cagalhotos do Reino de Piarça...
HP - Tchiiii, nem quero pensar o que acontecerá ao meu amigo El-Rei Trevo-do-Mar, quando nos vier para aqui fazer companhia, que gandas puxões de orelhas e grandes sermões o Republicano José Ervas lhe vai dar.
ZP - AhAhAhAhAh. Deixa-me rir. Vê-se mesmo que além de ter muita pachora, o Dr. Hermético deve andar um bom bocado distraído. Mas o El-Rei Trevo algumas vez tem entrada no Céu? O gajo por mais que pisque o olho aí ao S. Pedro, o Lucifer já tem um bons cómodos para o gajo no Inferno.
AhAhAhAhAhAh. O CÉU PODE ESPERAR!

Wednesday, September 20, 2006

O CÉU PODE ESPERAR [2]

JE (José Ervas) e ZP (Zeca Pinhoada), voltam a encontrar-se no Céu para mais uns dedos de conversa.

JE: Pá ainda bem que fumas e de vez em quando tens de te levantar cedo para comprar os teus charutos e cigarrilhas, ao menos assim conversamos um bocado, infelizmente as minhas artroses já não me permitem dar umas cavalgadas pela charneca e tocar a minha pianola está fora de questão, os anjos-da-guarda cá do Céu não querem cá barulho e só gostam de Mozart e Beethoven, mas em concertos organizados para todo o colectivo.
ZP: Tem razão doutor mas já convenci o Dr. Hermético Pachorra a vir aqui ter connosco ele deve estar a aparecer por aí.
JE: Palavra? Conseguiste convencer o Pachorra a vir aqui falar com a malta?

ZP: Claro e com um bocado de sorte ainda arranjamos um quarto elemento para jogarmos aqui umas suecadas.
JE: Pá, que sorte tive em te encontrar, não imaginas as saudades que tinha de jogar uma cartada, acompanhado de bons amigos e uma garrafinha de abafado do Alto Castelo, melhor que aquele zurrapa de moscatel que os meus colegas lavradores produzem lá com mosto das uvas do campo. Tchi, não há nada que chegue a um abafado de Fernão Pires lá do meu Alto Castelo, imagina que as uvas são tão doces que o meu adegueiro nem precisava de misturar aguardente para fazer o melhor licoroso do mundo!

ZP: Pois era, mas aqui no Céu é só tisanas de tília adoçadas com mel, a boca até me sabe a papéis de música, nunca mais saboreei os meus incontornáveis Scotch’s e mesmo o belo do charuto é só às escondidas, olhe doutor, aí vem o nosso bom e velho amigo Dr. Hermético Pachorra.
HP: Bons dias meus amigos, permitam-me que me sente?
JE: Tudo bem Hermético, mas deixa-te de mariquices e vem mas é aqui contar-nos as novidades do Reino.
HP: Estou à rasca dos meus ouvidinhos. O Tony Caminheta provocou uma autêntica enchente na noite de sexta-feira na Piagra e estava tudo cheio, para ver o homem estive lá ao lado do palco, perto lá das caixas do barulho e tenho a cabeça parece uma roca.
JE: Deixa-te de histórias, Caminhetas, Marcos Paulos, Emanueis e C.ª estamos nós fartos de ouvir na Rádio Pernos, quero mas é saber novidades do novo Arquivo Real.
HP: Perdão Doutor Ervas mas não estou autorizado a alongar-me muito nessa matéria, ainda anda tudo muito abafado.
JE: Mau, mau. Então eram para ser inaugurados em Junho, depois era no início do ano escolar e afinal ainda anda assim tudo tão abafado? Já sabemos que vai ter o teu nome e que vais ter mais um monumento da autoria do Picasso de Piarça, já me ficas a ganhar. Eu só tenho aquela aberração de cimento no Jardim, tu já tens um busto em bronze lá na Fundição e agora vais ter um monumento nos Arquivos Reais. Porra vais ser ser o maior óh Pachora. Tu e o Zeca Pinhoada passaram-me a perna com uma pintarola do caraças.
HP: Doutor, eu não tenho culpa, mas se as contas não falharem e o dinheiro não faltar, a coisa vai abrir no aniversário da república. E você esteja calado que antes de 2010, quando se comemorarem os 100 anos da implantação da República, vem aí uma enxurrada de dinheiro para o seu antigo Solar e finalmente o doutor vai ter um monumento à sua altura. O Centenário vai ser comemorado em Alpiarça, mas nessa altura o El-Rei Trevo-do-Mar já não será Rei, mas voltará a assumir a presidência da Fundição Ervas, por troca com o papá e terá ainda mais honras que o Rei dessa altura, que, ou eu me engano muito, ou já será mais vermelho que rosa, ou então um vermelho alaranjado...

Saturday, September 16, 2006

O CÉU PODE ESPERAR [1]

JE ( José Ervas) passeia no Céu quando avista ao longe o ZP (Zeca Pinhoada) e o chama.

JE: Meu bom amigo, ainda bem que te encontro por aqui durante o dia, ando há uns meses para falar contigo, mas às horas a que passeias já eu estou a dormir há horas.
ZP: De facto doutor, assim é, mas acabaram-se-me as cigarrilhas e tive de me levantar mais cedo e ir comprar tabaco, mas foi o destino que nos juntou porque também há bastante tempo que lhe queria dar uma palavrinha.
JE: Palavrinha? Por aquilo que tem vindo a acontecer lá em baixo em Piarça, teremos de ter é uma longuíssima conversa!
ZP: Como assim Doutor? Eu nada tenho a ver com o que se passa lá agora (exclamou amedrontado)!
JE: Muito bem, sentemo-nos por aí para falarmos, que a minha idade já não permite estar muito tempo de pé.
Tenho lido aqui em cima o Miradoiro e outros jornais locais e nacionais e estou a par do que se vai passando lá em baixo. Para além de ler ainda vou vendo alguma coisa, embora S. Pedro seja um bocado rígido, mas como S. Tomé também gosta de “ver para crer”, deixa-me dar umas espiadas de vez em quando.
ZP: Diga meu caro, fale que eu escuto-o com atenção e verei o que poderei fazer.
JE: Por minha infelicidade fiquei sem herdeiros e leguei em testamento todos os meus haveres ao Reino de Piarça, para que ali fosse construído um asilo para velhos e um lar para crianças desamparadas. Supus mal, que os rendimentos dos meus haveres, as dádivas dos mais ricos e outras ajudas dessem para manter o asilo e o lar. Durante anos vi dezenas de pessoas trabalharem desinteressadamente em prol desse meu sonho e vontade. Infelizmente por um lado e felizmente por outro, as coisas no mundo terreno mudam rapidamente. Tudo muda e nada fica estático, assim rezam os compêndios de História Universal, que eu bem conheço. Agora a casa onde morei está a ficar velha e a necessitar de obras urgentes, as minhas propriedades agrícolas pouco rendem ou quase nada. Tu acabaste por contribuir para que terceiros se aproveitassem à grande e à francesa da Fundição logo que o meu amigo Dr. Hermético Pachorra abandonou o cargo de Presidente da Fundição.
ZP: Doutor, desculpe, mas o seu testamento, pelo menos enquanto eu andei pela Terra foi sempre tido em conta.
JE: Zeca não ponho isso em causa, mas os meus herdeiros eram o Povo de Piarça e não apenas três pessoas que formam a Trilogia – Pai, Filho e Nora.
ZP: Dr. Ervas, receio que pouco possamos fazer e que nos próximos tempos as coisas mudem.
JE: Então e os velhos de Piarça, povo a quem nomeei meu herdeiro não pode usufruir do Asilo porquê? Porque toda a vida trabalharam e têm uma reforma miserável, ao contrário de outros que podem pagar mensalidades de hotel de duas estrelas? Eu sou republicano e entendo que se alguns de nós já nascemos em berços de ouro, devíamos contribuir para que os mais desfavorecidos pudessem gozar uma velhice com dignidade.
ZP: Doutor lembre-se que nós apenas somos almas. Se Deus e os santos pouco fazem por isso que podemos nós dois aqui em cima fazer, se nem com Deus conseguimos falar? Eu já tirei senha, mas estão alguns biliões de almas à nossa frente e apesar de Deus atender milhões por dia, ainda faltam uns meses para irmos à fala com Ele.
JE: Pá estás doente ou estás parvo? Achas que Deus não tem mais nada com que se preocupar? O que tiver de ser feito terei de ser eu e tu a fazê-lo e veremos se o Dr. Hermético Pachorra entra no nosso jogo, embora eu também tenha umas contas pendentes com ele.
ZP: Mas Doutor Ervas qual é a sua estratégia? Você está mesmo revoltado com o Reino.
JE: Espera, ainda mal comecei! Então mas quem és tu afinal para me roubares a minha Praça, para desprezares a minha Estátua e me deixares eternamente a mijar atrás do muro? Não achaste outro lugar digno para ter o teu nome, sem ser a Praceta José Ervas? Deves ter pedido ao teu amigo João Só Ares para disponibilizar ao seu amigo Trevo-do-Mar uns projectos de uns caixotes lá de Ulissipeia e como foste sempre solteirão arranjaste maneira de te deliciares com a bela vista de uma Boneca Nua lá por onde te passeias à noite, para baixo olhas à esquerda, para cima olhas à direita e durante o dia deves andar a babar-te lá à volta dela, agora até os pelos púbicos da boneca taparam com um papel, Zeca, não me digas que andas ciumento e tapaste as vergonhas à cachopa?
ZP: Doutor mas por quem me toma? Mas eu alguma vez concordei com aquela homenagem que me fizeram na Terra? Mas eu alguma vez pedi aquela Boneca Bacante, aquela Sarita dos Mamilos Espetados? Eu apenas me contentava com o nome de uma rua, como fizeram com outros democratas e anti-fascistas do Reino. Aquela Boneca era para ir para a Escola Superior de Bêbados, mas como bêbados os há e de Escola nada, era para ir publicitar o bar de alterne da Sra. Dª Rameira Kikas, ali para perto da Velha Praça, mas ela não caiu nas cantigas do Picasso do Reino, porque até as suas meninas andavam mais vestidas que aquela estatueta.
JE: Zeca e as catacumbas por baixo dessa tal Boneca Bacante? Aquilo é um parque de estacionamento ou uma floresta de pilares? Será para construir um Kartódromo Indoor? Ou El-Rei Trevo quer ter tudo preparado para se esconder da Guerra Atómica e fechar-se lá com os seus súbditos mais chegados?
ZP: Nunca entendi nem entenderei aquele El-Rei Trevo, o homem é de ideias muito à frente e cheira dinheiro a milhas.
JE: Mas eu tenho um Plano.
Zeca Pinhoada esfregando as mãos de contente, pede ansioso, conte doutor conte, que ando desertinho para ter umas aventuras, este tédio aqui no Céu mata-me.
JE:
Como O CÉU PODE ESPERAR, porque El-Rei Trevo quando morrer vai para as Labaredas do Inferno, e nunca conseguiremos pedir-lhe explicações, teremos de ser nós a ir lá abaixo pedir-lhe responsabilidades.
ZP: Doutor isso é impossível, não somos almas penadas estamos aqui no Céu, só as almas penadas é que andam pela terra a infernizar a vida aos terrestres.
JE: Zeca descansa, está tudo controlado e pelo tempo que cá estamos já temos direito a precárias e vamos utilizar as precárias para irmos à Terra, vamos aparecer ao Triunvirato lá do Reino de Piarça e pedir-lhes responsabilidades, mas antes disso vamos espetar-lhes uns valentes cagaços e infernizar-lhes a vida…

Friday, September 08, 2006

O LAGO DOS CISNES (2)

Decorre o mês de Agosto, El-Rei Trevo-do-Mar depois das suas merecidas férias (sabe-se lá em que local e à custa da plebe) , reúne toda a sua vassalagem, e, com todo o seu espírito que todos conhecem de malvadez disse:
Quando passo de e para a minha querida e elegante mansão, reparo que na área de comando da Galinha FRANCHETE, existem 2 galinheiros abandonados e em estado de degradação. Exijo de imediato que o fiscal do Reino vá inteirar-se do sucedido e que me relate ainda hoje o que conseguir apurar, para que EU possa decidir contra quem me faz frente no meu Reino e que eu tão bem comando como quero e me apetece, porque este galináceo ousa enfrentar-me e tira-me do sério.
No dia seguinte o Fiscal do Reino, deslocou-se ao local e fez o relatório, que de imediato fez chegar ao seu Senhor, não ousando ele fiscal, entregá-lo directamente, com medo do ralhete pelo atraso da entrega do respectivo relatório.
Consta o seguinte no relatório: são 2 galinheiros abandonados que estão na área de comando da Galinha Franchete, num terreno que pertence ao Reino e que de momento está vazio, mas põe em causa a beleza natural do local e dá uma má imagem aos milhares de turistas que visitam a zona.
SERÁ QUE SÃO ASSIM TANTOS MILHARES? O QUE VÃO VISITAR? O PARQUE DAS GALINHEIRAS NAO É! SERÁ QUE VISITAM O DÓ I SOL? SERÁ QUE EL-REI TREVO DO MAR SÓ TEM OLHOS PARA A GALINHA FRANCHETE? SERÁ UMA OBCESSÃO POR ELA? E AS 2 GALINHEIRAS? E OS ACESSOS DA ZONA? OS PASSEIOS? O MATO? AS ERVAS? OS BURACOS? ISTO NAO DARÁ UMA IMAGEM PIOR DA ZONA?
O que ELE (El-Rei) nao sabia era que os 2 galinheiros pertenciam a alguém que joga no time do seu Reino, um servo seu, e que foram retirados do local onde estavam precisamente para proceder à desinfecção da zona e também por dar uma imagem má à zona onde todos os galináceos co-habitam felizes e contentes, e, estes galinheiros foram colocados noutro local da área envolvente onde não se faz uso neste momento, também porque este servo deixou de pagar os devidos aéreos reais que devia pela utilização do local.
El-Rei depois de ler o relatório do Fiscal do Reino decidiu enviar um documento à Galinha Franchete exigindo a retirada imediata dos galinheiros do local sob pena de lhe colocar um processo de excussão coerciva.
Perante este documento real, a Galinha Franchete respondeu:
Os galinheiros não são meus, é o único local fechado onde podem estar e não me posso desfazer deles. Se no Reino de V. ALTEZA existir um local onde se possam colocar, estou disposta a discutir com V. Exa. o referido caso.
Até à presente data, nenhuma resposta por parte d' El-Rei nem de toda a Corte Real
E assim vai o nosso Reino em Piarça.

Thursday, August 31, 2006

PENDÕES E CARREIRA GERAM DESAVENÇAS

El-Rei solicita à sua secretária real uma reunião urgentíssima com a Vice-Rainha.

Di, não consigo contactar a Vice-Rainha, veja-me se consegue contactá-la, pois preciso de reunir com ela urgentemente.
Perdão Alteza, mas a D. Banda encontra-se a banhos e deve ter o telégrafo móvel desligado - responde solicita a secretária real.
Vá tentando, vá tentando ela há-de atender. – ordena El-Trevo.
Alteza e marco a reunião para quando? Pergunta diligentemente a secretária real.
Diga-lhe que é urgente, ela já sabe o que isso significa.

No outro dia às 10:30 H em ponto D. Banda estava já reunida com El-Rei.

Como pessoa extremamente educada que é, El-Trevo começou a reunião de forma afável. - Banda desculpa ter interrompido as tuas férias, mas o assunto que tenho a tratar contigo requer a máxima celeridade e não podia fazê-lo por telégrafo.
Alteza, fiquei extremamente decepcionada porque tive de deixar as crianças entregues à ama, além disso é muito chato apresentar-me na corte com este tom de pele, tinha iniciado o meu bronzeado há pouquíssimo tempo, apareço aqui vermelha que nem uma lagosta, porque o bronzeador ainda mal produziu efeitos e tive de disfarçar junto dos funcionários da corte dizendo que exagerei um pouquinho no rouge. Além de que é menos um dia de praia e de hotel e eu tinha tudo pago.

Bem deixa lá isso agora e vamos ao tema da reunião.

É lamentável ter sabido por um blogue de um tal Eldérico Coveiro que o Tony Carreira vem à Feira Embiagra e através de comentários de comunas recalcados, que os pendões da publicidade da Feira Anual não respeitam a Lei, porque são de plástico, e como tal de material não bio-degradável enquanto eles têm os pendões da Festa do Adiante Camarada feitos em tecido bio-degradável.

A Vice-Rainha empertiga-se e responde:

Alteza são lamentáveis essas duas situações, mas não vejo motivo para me interromper as férias e o meu bronzeado natural.

Continua El-Rei, agora diz-me o que responderei eu perante a plebe? Aos meus apoiantes dou eu bem a volta, mas aos arruaceiros dos comunas e esquerdistas e aos gajos do Miradoiro, que direi eu? Já sei me estão a fazer a folha por causa do empréstimo que deixámos fugir por tratarmos das coisas fora de prazo, agora esta do Carreira e dos Pendões ilegais.

Perdão Alteza, mas a culpa é toda sua, contrapõe altiva a vice-rainha!
Toda minha? Ainda por cima? Explica-te lá então.

D. Banda inicia a sua defesa - A Feira Embiagra tem um Orçamento aprovado, que cabe ao meu pelouro administrar. Além disso de acordo com o combinado a esta altura do campeonato eu já deveria ser a Rainha e El-Rei já se devia ter retirado para voos mais altos e no meu primeiro ano de reinado eu queria um programa em grande, queria provar que sei fazer orçamentos e não sou tão burra como um tal de Verdugo Esverdeado, disfarçado de ecologista me chama.

Quanto aos pendões está tudo dentro da Lei.

Como assim? interroga-se El-Rei Trevo.

El-Rei quer material mais bio-degradável que o plástico? Faça a seguinte experiência, pegue fogo ao pendão comuna da Festa do Adiante Camarada em pano e a um da nossa Feira Embiagra, que são em plástico purinho e veja qual deles desaparece mais depressa!

El-Rei engoliu em seco, levantou-se, rodou nos calcanhares e correu para a casa de banho, acabava de ser acometido de urgente caganeira…

Tuesday, August 22, 2006

CARAPAU DE SETUBAL IMITA TREVO DO MAR

Acredita que hoje estou IRRITADO, porque a merda que eu mais detesto é ser copiado, imitado, roubarem-me as ideias.

Como assim Alteza? - questionou a ouvinte.

Como sabes tivemos aqui no Reino uns inspectores do AQUIHÁGATO, que elaboraram um Relatório, que eu à força toda tenho tentado esconder.

Claro, eu também tenho ajudado a ocultar esse Relatório.

Essa malta, que têm a mania de vasculhar toda a espécie de papeis e papeletas, para além de me enviarem múltiplas queixas para o Ministério Público, prás Finanças e não sei que mais, ainda propuseram a perda de mandato.

Tive problemas com a concelhia do Partido, houve por aí um grupelho que defendia a Insónia para Presidenta e eu que fiz: - Aposentei-me não foi?

Alteza continuo a não perceber patavina desta conversa, ou melhor do seu monólogo.

Eu sabia, eu sabia que os comunistas mais tarde ou mais certo iam imitar-me – continuou El-Rei Trevo, eles têm inveja de mim pá, agora mesmo longe daqui, andam a imitar-me, é preciso ter lata, e logo os camaradas que eu adoro, perdão, que eu detesto.

Inspecção, Perda de Mandato, Aposentação, Imitação, Longe? – Alteza desculpe mas isso parece-me um concurso da RTP1 que com cinco palavras temos de descobrir uma e eu acho que estou a lembrar-me de algo, mas não vou lá.

Pronto ok vou dar-te umas dicas – adiantou El-Trevo.

Que Câmara teve lá os inspectores do AQUIHÁGATO e propuseram a perda de mandato ao presidente e à vereação, por umas merdecas que por lá encontraram, relacionadas com uns processos disciplinares e outras merdices?

Eu ouvi falar na Câmara de Setúbal, mas continuo em branco não atinjo – respondeu a interlocutora - Não estou a ver como uma coisa passada em Setúbal, possa irritar assim tanto Vossa Alteza Real.

Irra que a mulher é burra que nem um asno! Asno? Mas asno é burro – bem, adiante.

Tenho de explicar tudo, odeio gente tacanha e só desta malta é que me rodeia (pensou El-Rei com os seus botões).

Pá, camarada Carlos Sousa que foi Presidente da Câmara de Palmela e que roubou a Câmara de Setúbal ao PS, está a imitar-me tim-tim por tim, percebeste agora?

Ah! Agora já entendi, os do AQUIHÁGATO estão a tentar tramar o gajo com a perda de mandato e pelo sim pelo não o gajo aposentou-se e vai bazar, claro, e já tem uma fulana que o vai substituir, Setúbal vai ter uma Presidenta – concluiu - Claro estava tudo programado.

Claro e eu aqui tenho tudo preparado há que séculos, mas em Setúbal os comunas acham que a fulana tem condições para substituir o Presidente Carlos Sousa e aqui em Pearça, a concelhia do nosso partido acha que Vice-Rainha não está à altura de me substituir e mantêm-me preso ao Reino e eu com voos mais altos programados.

IRRA! Estou pior que urso estou PIURSO! Se ao menos esta malta aprendesse alguma coisa com os comunas, mas não aprendem caraças, não aprendem.

Wednesday, August 16, 2006

PESADELOS REAIS

by: autoridade jovem


Há dias El-Rei Trevo do Mar acordou alvoraçado na sua Mansão Real no Escondidinho, (que lhe foi ofertada pelo pai de sua real esposa), gritando:

- Ai as crianças, ai as crianças, chamem a Guarda Real.

Eis que a Rainha o interpela perguntando: - meu amado esposo e Rei que se passa contigo? Acordaste de algum pesadelo?

Minha querida e amada esposa, responde El-Trevo, acordei sonhando que as crianças do reino, sim as crianças do reino, não as virtuais mas mesmo as reais, faziam uma manifestação à frente do Castelo da Corte gritando: Abaixo nosso rei, Abaixo nosso rei. Exigiam os pagamentos pelos serviços prestados no ATL, exigiam que pagasse às Bandas que tocaram na Feira do Reino e na minha campanha eleitoral e ainda reclamando com tudo o que se passa nessa Feira.

Acreditas que agora inventaram que eu quero ceder o Espaço Jovem a amigos ou aos jovens PS em vez de a quem há muitos anos lutou por aquele espaço?

Esta criançada dá cabo de mim! O meu coração não aguenta.

Meu rei não penses assim, tenta confortá-lo a Rainha.

Minha amada esposa eles pareciam da foice e do martelo, nunca vi tanta força e raiva como nos olhos desta juventude que tento injustiçar....

Meu Deus eu não creio, mas dai-me forças para continuar a enganar quem em mim votou, sem que venha esta juventude rasca para me tramar....

Tuesday, August 15, 2006

O LAGO DOS CISNES [1]

Certo dia no reino de Sua Alteza Real El-Trevo do Mar e enquanto reunido o actual comité no Paço Real de Piarça, Sua Majestade levanta-se erguendo o seu vozeirão e questiona seus súbditos e serviçais de seguinte forma:
- Haveis escutado algo acerca de um lago para galinhas que no nosso reino existe comandado por uma tal galinha que dá pelo nome de Franchete, e que esse lago está rodeado de pequenos galinheiros que ela garbosamente vai coordenando e mantendo os seus galináceos em boas condições e contentes? Dizei-me vos ordeno!!!!
De entre tão ilustre assembleia Real eis que uma tímida voz de um conselheiro surge:
-…hum… Alteza, não que eu lá tenha estado, que a tal seria incapaz de me atrever, mas umas vozes correntes no Reino de Vossa Alteza Real afirmam que assim é.
El-Trevo pára breves segundos ponderando no que acabara de escutar e decide mesmo sem querer averiguar por se achar ultrapassado mesmo que por um boato, pois na realidade não fazia questão de saber da existência de tal famoso lago, e pensando apenas no seu ego de grandeza, e aniquilar todos os boatos que fossem oriundos de qualquer outro membro do reino que não El-Trevo (ELE), faz ouvir-se nestes termos:
- Reino de El-Tr, perdão de Piarça, pelo poder de que me investi, proclamo e ordeno, desde já, que seja urgentemente terminado no nosso Reino o Real Lago para criação e exibição dos melhores Cisnes que alguma vez foram avistados em todo o universo.
Entretanto um serviçal tenta levantar-se para solicitar a Sua Alteza Real a concretização dos melhoramentos prometidos no sistema de saúde do reino, mas de imediato é silenciado.
Assim de imediato os súbditos colocaram mãos à obra e procederam à conclusão do lago para os Cisnes conforme ordenado por Sua Majestade. Logo que concluído procederam ao seu enchimento com a água necessária para o banho dos Cisnes.
Porque o reino assim o determinava todos os espaços que detivessem água para aves teriam que ser regularmente analisados pelos técnicos dos reino Assim e conforme determinado um dos serviçais do reino que habitualmente desempenhava esta tarefa, ao fazer a verificação das águas apercebe-se de que a água do lago das galinhas se mantém limpa e em perfeitas condições ao passo que a água do lago dos Cisnes não se encontra nas devidas condições e que a mesma apresenta sérios riscos para a sobrevivência dos seus esbeltos os garbosos Cisnes, que embora sendo na realidade de grande beleza para a vista, são também da mesma forma portadores da doenças e perigos para a saúde, o que obrigava a atenção e cuidados de El-Trevo, regras que displicentemente e de propósito insistia em ignorar ao passo que a “desprezível” Franchete, como habitualmente El-Trevo a apelidava, tinha orgulho em manter sempre límpida a água das suas galhinhas e com grande dedicação sempre levou a cabo esta árdua tarefa.
De imediato se apressa a dar conhecimento destes resultados à sua superior directa Bera Vergonha, que ao verificar tamanha discrepância entre os resultados, decide consultar El-Trevo para saber o que fazer, ao que este lhe diz:
- Não vale a pena ralares-te com pormenores de somenos importância e supérfluas, sabes bem que o meu reinado se aproxima velozmente do seu términos e antes de o passar à Banda Grudes, minha Vice-Rainha, e sabendo tu de antemão que pretendo ter uma saída triunfal aos ombros de todo o povo do Reino, e os meus baús, secretamente, repletos de Aerios Reais. Para além do mais fiz infiltrar no lago das galinhas uma lacaia amarela, que mais parece uma arara, e que trará novas da toda a estratégia da Franchete, para que de um só golpe eu a consiga aniquilar. Por isso, deixa tudo conforme está e não levantes ondas, porque o calabouço ainda não está cheio e tu não ocupas tanto espaço como isso. Faz o que te ordeno e o resto não te diz respeito. Assim conseguirás manter por muitos e longos anos o teu “bom” desempenho no Reino.
Só que Sua Majestade, desconhecia que a infiltrada amarela, não passava de uma espécie oriunda de um tão baixo nível, e que por força disso era portadora de gripe das aves em estado já tão avançado, e tinha os seus “Tio e Teco” tão baralhados que tudo distorcia e todos os seus relatos mais pareciam sketchs do Gato Fedorento, que informação fidedigna a bem do reinado
- Mas Majestade, inquere a Bera Vergonha, mesmo sabendo que o lago não está à disposição dos nossos visitantes todos os dias, porque os tratadores dos Cisnes estão descontentes com a falta do pagamento de todas as moedas que reclamam, e faltam ao trabalho?
- Com isso, ordeno, que não deves ralar-te, pois abrir às visitas alguns dias de vez em quando é perfeitamente suficiente, e já tratei de colocar alguns dos meus lacaios nessa simples tarefa, E assim a galinha Franchete continua ignorada e esquecida no seu galinheiro e vai pagá-las todas porque não deixei que lhe fosse reposta a água no lago, e mais dia, menos dia aquilo estará tudo podre que tresanda e todo o galináceo vai pirar-se e pedir ajuda ao seu Rei.
Mas com o que El-Trevo não contava é que a galinha Franchete tinha uma grande horta e vendendo todos os seus produtos hortícolas, conseguiu repor a água toda que precisava para manter as suas galinhas contentes nesta época de tanto calor, e ainda pagou ao Reino todo o tributo que gananciosamente lhe foi demandado entregar nos cofres de E.Trevo.

Wednesday, August 09, 2006

BANDA GRUDES ANDA INSATISFEITA!

Paço Real de Piarça, sala do trono, segunda feira, 10H30 , el-rei Trevo do Mar, chama o Gafanhoto Porreirrinha.

Diga Alteza:

Pá atende tu a gentalha que aí está, estive a ver as inscrições e é só arraia míuda e merdas sem interesse que eu tenho aí para atender.
Concerteza Majestade, sua Excelência manda.

De seguida entra D. Banda Grudes - Com licença Majestade El-Trevo do Mar.

Com licença e já entraste? Diz lá rápido, olhando para o Maurice Lacroix de Ourina, tenho a agenda muito sobrecarregada e já pedi ao Saltitão do Porreinha para atender a plebeuzada.

Começa D. Banda Cruz Grudes, meio a gaguejar: Saiba Vossa Majestade que ando muito chateada com o rumo que Vossa Alteza está a dar às coisas do Reino.

Chateada mas com quê? Não te fiz já as vontadinhas todas? Que queres mais? Emprego prá sanguessuga do teu marido? Já tenho aqui poucos na corte a esmifrarem-me os reais, sem fazerem a ponta de um corno.

Não se trata disso Majestade. Vossa Alteza Real na altura que lhe pedi mandou de cana a Insónia Insonssa, porque ela tinha dado aquele parecer a dizer que eu tinha de repôr aquele dinheiro todo que recebi indevidamente porque não estava a tempo inteiro - adiantou a Banda Grudes.

Então e não ficaste satisfeita de mandares a Insória embora e virem os outros lá das Lisboas? Que queres agora? Não estás já em Vice-Rainha? Não vais ficar com o meu lugar logo que haja oportunidae de eu dar o cavanço daqui pra fora? Não te vingaste já o suficiente da tua "amiga" Insónia?

Não é isso Alteza - responde D. Banda Grudes. Como pode sua majestade pôr a fulana que me acusou em plena Assembleia Real de usar em proveito próprio o Ranhô Lagunha e de o ter sempre estacionado à minha porta, na direcção da Fundição Ervas? Mas afinal essa fulana é mais do que eu, enfrentou-me perante a Assembleia e agora Vossa Majestade dá-lhe esse cargo?

Para já Banda Grudes, o que eu faço ou deixo de fazer não é da tua competência, se hoje estás onde estás a mim o deves, bem sabes o que sofri e ando a sofrer por te ter posto em segunda da Lista, além disso de política não percebes nadinha. Essa a quem tu chamas fulana convem-me ter na mão, assim como ao seu filho e tenho de lhe fazer algumas vontades.


Pronto Vossa Alteza Real é que sabe, depois quando se achar entalado venha-me pedir os meus conselhos de jurislex.

Sunday, August 06, 2006

MAIS UM RALHETE PARA VER SE APRENDEM!

El-Trevo ao telégrafo de mão...
Tá? X Pulha?
Sim, responde uma voz meio cigana do outro lado.
Sou eu.
Eu, dasse... Eu quem? pergunta o Pulha.
El-Rei cum caraças. Pah mas que vos aconteceu? Agora O Miradoiro deu-vos a volta ao miolo?
Mas o que se passou nas eleições da Fundição já é tema de primeira página desse pasquim de merda? O Pedr'Eco também andou para aí a dar ca lingua nos dentes a contar a estratégia toda para o acto eleitoral dentro do partido e foi a inssonsa da Xotora Depurada Insónia a estragar-me o caldinho entre o Partido e o Pearça vai ao Chão.
Não percebi Quim Esturrado...Isso não é bem assim, nem me compares com essas duas pessoas de que falas, eu não dou do vosso partido, nem tenho aparecido nas vossas listas, respondeu já alterado o X Pulha.
El-Rei Trevo todo f*dido - Para já não usas as alcunhas familiares para te dirigires ao Rei e lá por a tua esposa ser minha aia secretária pessoal, não te dá o direito a essas intimidades....
Então El-Rei dirija-se a mim também como deve ser ser e não tratando-me por X Pulha, senão temos merda. É que eu por acaso até sou um dos que estou a par das maiores sacanices que se têm feito dentro da corte há vinte e tal anos para cá.
Como assim? Questionou El-Trevo admirado do X Pulha vir com aquele tipo de conversas ameaçadoras.
Parece que não sabes que a minha esposa foi secretária particular durante todo o mandato do Arminho Pinhoada, era pessoa de confiança do Rual Figueiroa e da Alicita Balão e que agora é tua secretária há mais de oito anos, parece que desconheces que tudo lhe passava pelas mãos e pelos ouvidos, deves pensar que eu sou um tanso que agora tenho de andar aqui a ouvir os teus desaforos. Também te deves esquecer que a tua primeira vereadora da cultura era minha prima direita e que a tua actual vereadora além de minha advogada é minha afilhada.
Bem...Bem... responde quase inaudivelmente El-Trevo.
De qualquer modo pah temos de combinar uma reunião magna e começarmos a puxar todos para o mesmo lado, assim quem começar a ler com mais atenção o Miradoiro e começar a ligar as notícias que vão saindo começa a desconfiar que o que os gajos escrevem afinal é tudo verdade. Os oposocionistas estão a tirar partido destas merdas e na altura certa vão aproveitar estas escorregadelas todas.
Vocês só tinham de desmentir as notícias e dizer que estava tudo dentro da legalidade e o que eles não achassem bem que se queixassem ao tribunal, ou fossem a Roma falar com o Papa, não é o que eu faço sempre? Vocês são uns cabeças duras do caraças não aprendem um cú do que vos estou careca de ensinar.
X Pulha está já em brasa e aos saltos. CABEÇAS DURAS? BURROS, queres tu insinuar... Tá bem, sim senhor. Nós não aprendemos ou tu e a tua Real Família é que o querem ganhar todo? Mas por acaso pensas que agora estamos aqui sempre dispostos a engolir tudo o que nos inpinges e tu cada vez mais rico e nós cada vez mais pobres? As minhas empresas já nem dentro dos 50 maiores pagantes estão e como sabes tive de deixar o meu cargo na Fundição e vocês cada vez estão mais cheiinhos da maçaroca.
Calma, calma, X Pulha... As famílias reais sempre foram ricas, é impensável ter reis pobres. Tiveste azar caraças, andaste aí a apostar nuns negócios errados, mas não tens já o ensino do Inglês no básico do reino? Tens de esperar por melhores tempos. Mas se me deitam abaixo até isso se acaba.
Olha vou desligar a bateria do móvel tá-se a acabar.

Complexo desportivo

Toca o telégrafo no Palácio Real, mais propriamente no gabinete de EL-Rei.
El-Rei – Tá quem fala? (Dass sempre a importunar-me esta lacaiagem do caraças... pensa El-Trevo)
CDR (Chefe dos Desportos de todos os Reinos, com sede em Samptarém) – aqui é o CDR, Oh pá, como está a nossa negociata em relação ao complexo desportivo e ambiental?
El-Rei – Está tudo a correr como combinado, fizemos aquela manobra de diversão, informámos a corte que quem ganhava a adjudicação, era quem apresentou uma proposta reles, agora estão a dizer que deveria ser a proposta melhor, quer dizer a tua.
CDR – Não digas isso muito alto, não era a minha proposta, porque o meu cargo não permitia, mas sim a proposta do meu filho, sabes eu estou quase a caminho da reforma e quero garantir mais umas patacas para a reforma, masnão digas a ninguém.
El-Rei – Está bem.
CDR – Já agora vê se tens uns lacaios para limpar aquela pista para BTT ou lá para que seja, aquilo tem mais ervas do que a encosta selvagem, eu não quero assumir uma área sem contrapartidas.

Saturday, July 29, 2006

El-Rei Trevo do Mar no seu palacete no Escondinho

El-Rei Trevo chega a casa a uma 6.ª feira, olha para o seu Maurice Lacroix de oiro, e pensa para consigo, são cinco da tarde vou ligar à minha Maria e fazer-lhe uma surpresa.

Pega no telegrafo móvel e liga à esposa que sai da Fundição lá para as sete ou oito da tarde.

Nandinha? – sim, responde uma voz do outro lado.
Começa o Rei - hoje é sexta-feira, apetece-me bazar daqui para fora, vê lá se te escapas aí da Fundição para dar-mos uma escapadinha para fora do reino, este fim-de-semana, que estes gaijos do Miradoiro andam-me a atrofiar os miolos com notícias oposicionistas, agora até na merda das eleições prá concelhia foram chafurdar.

Mas que horas são? Pergunta-lhe a esposa – tardíssimo querida, responde o Trevo - já são 5 da tarde e tou esfalfado, o Porreirinha tá de férias e hoje tive de ser eu todo o dia a aturar a plebe, a burguesia e os sanguessugas do costume, para além da incompetência e do esbanjamento dos serviçais.

Amado esposo, diz a rainha, já tomaste os pingos hoje? Então não sabes que eu trabalho até às sete oito da noite e não tenho aqui a criadagem que tens aí na corte. Mas que escapadinha? Por acaso já cortaste a relva do jardim, já aspiraste o fundo da piscina e já deste de comer aos cães?

Querida dá-me ao menos só este fim-se-semana de descanso prometo que te compro uma jóia se não me obrigares a cortar a relva.

Qual jóia qual carapuça - responde irritada a esposa - queres-te é desenfiar, verga a mola e faz o que te compete, quem te deu essa casinha também se amargurou a trabalhar.

Mas amorzinho - insiste o Trevo já a desanimado - a Insónia anda-me a dar cabo dos nervos com a ajuda do Boticário e o Pedro Carioca foi descobrir-nos a careca toda, sobre o que tínhamos planeado para dominarmos a concelhia, esta juventude não presta filha, é uma geração rasca mesmo. Então não foi já descobrir que tinhamos 25 fiéis para derrotarmos os outros 21? Que merda pá - depois não se aconselham comigo, todos querem é protagonismo nos jornais e teimam em acabar-me com a vida, parecem abutres à espera que eu morra.

Amado esposo ganha calma, vai lá fazer mas é as tarefas que te estão destinadas, que o trabalho distrai-te. Não te esqueças dos pingos e põe o chapéu na cabecinha olha que o sol faz-te mal à moleirinha.
E lembra-te que se resolveres dar um mergulho na piscina, toma um duche primeiro, não quero o protector solar a engordurar-me a água toda.

(continua)

Wednesday, July 26, 2006

MAIS UM PUXÃO DE ORELHAS. EL-REI É QUE MANDA!

El-Rei Trevo do Mar na sede do Pearça Jackpot Milhão.

Caríssimos sessenta vassalos, chamei-os aqui hoje, para mais uma vez vos alertar que precisamos de dar uma lição a uma certa imprensa de Arriba Tejo, intitulada O Miradoiro que teima em publicar notícias sensacionalistas que apenas interessam aos oposicionistas e são do restrito interesse do nosso inteiro (partido).

Perdão Alteza - interrompe o Bobo Rodas, não somos sessenta vassalos, somos apenas trinta e nove!

Trinta e nove? – mas que andou esse incompetente do Boticário da Amoreira a fazer que não soube recrutar mais vassalagem?

ALTEZA! Grita o Boticas, interrompendo o Rei com a sua voz aguda, respeito é muito bonito e eu gosto, vossa senhoria afasta os bons, mete os pés pelas mãos, põe os honestos e competentes a andar e chama para a sua beira a Fina Flor do Entulho e depois vem-me mandar culpas por não conseguir cativar mais vassalos? Essa tem muita soma de boa.

Bem… Bem… vamos a ter calma. Afinal o que O Miradoiro diz até é verdade mas a Insónia, o Amoreiras e outros, escusavam de ter posto a boca no trombone e ir contar tudo ao pasquim mais ordinário do distrito.

Majestade, dá-me licença? Pede submisso Zezão dos Ais. Faça favor, responde o Rei.

Saiba Vossa Senhoria que é quase impossível esconder a existência de vassalos descontentes e que estamos esvaziados de elementos, que nem chegam para formar duas listas.

Pois, pois – interrompe o trevo do Mar – tu és um dos que mais tem contribuído para o descontentamento e para a divisão local no seio da família do nosso inteiro (partido). Começaste por apoiar a Dr.ª Insónia para encabeçar a lista às autárquicas, não contente com isso apoiaste a candidatura do Poeta Alegre para a Presidência do Reinado Portucalense e agora apesar de Chefe do Ajuntamento ias fazer parte da lista dos 21, sem ninguém me dizer nada. Eu já sei que não me gramam, mas ao menos dentro dos meus vassalos era bom manter uma união, nem que fosse para inglês ver.

Perdão Alteza, responde o escritor Zezão dos Ais, eu não estava só, comigo estavam outros vinte, o que só vem provar perante toda a aldeia de Pearça quando ler a notícia do Miradoiro que o descontentamento é geral. Vossa Majestade é que tem de explicar porque não aceitou a solução proposta pela concelhia e teimou em meter a BandaCrudes em segunda e lhe deu logo a seguir o lugar de vice-rainha, além de ter espalhado logo o boato que se iria embora e ter escondido a todo o custo que já auferia choruda reforma quando se recandidatou a Rei de Pearça novamente.

O REI já espumava de raiva – mas quem és tu pah para me vires falar de reformas? Não estás tu também já reformado de Banqueiro e não recebeste chorudo subsídio para te integrares na vida civil, logo que te pus a andar no final do 1.º mandato?

Zezão, sem argumentos é obrigado a calar-se.

(Militante plebeu, no meio daqueles 39 começa a pensar mas que ando eu aqui a fazer no meio destes interesseiros? Afinal o que eles querem todos é um valente tacharrão e eu e mais meia dúzia de pacóvios ando aqui a colar cartazes e a meter papéis nas caixas do correio durante a noite de camisola verde vestida)

El-Rei volta a argumentar, de qualquer modo o nosso inteiro, perdão o nosso partido, está a ser gerido por uma comissão administrativa encabeçada por mim e assim se irá manter mais uns meses.

Espero que durante as próximas Janeiras, a situações esteja normalizada e que sejam remetidos os dissidentes aos seus devidos lugares, parece que na aldeia de Pearça as pessoas continuam a esquecer-se que ninguém, mas ninguém mesmo deve enfrentar El-Rei.
E agora ponham-se a andar, que a lua já vai alta e eu tenho mais que fazer.